A menstruação, um processo biológico tão importante como sinal de saúde e bem-estar físico da mulher, é ainda um assunto tabu, muitas vezes desvalorizado. Ainda que nas últimas décadas, se tenha começado a falar mais abertamente sobre o tema no seio familiar, os recursos e a informação existente para lidar com a menstruação têm evoluído no sentido de tentar ocultar a sua existência: os perfumes para anular odores, o tamanho cada vez mais reduzido dos pensos higiénicos, a discrição das embalagens, a apresentação da menstruação como fluidos azuis bem contidos e regulares nos anúncios publicitários, entre outros. Muitos dos recursos físicos disponíveis para a menstruação não são sequer tolerados por muitas mulheres.
Felizmente, o mercado tem vindo a renovar-se com alternativas mais sustentáveis e com maior respeito pela saúde da mulher. A menstruação é também um tema que quando abordado, normalmente, não inclui os homens; os mesmos homens que são pais responsáveis pela educação das suas filhas, que têm parceiras sexuais, que convivem com familiares mulheres. Apesar do impacto ambiental da menstruação ser algo de que nos últimos tempos se tem vindo a tomar consciência, o impacto económico que a menstruação tem no orçamento familiar é pouco falado. Discutir estas questões de forma aberta e livre de preconceitos é uma forma de consciencializar para a aceitação de um fenómeno natural, ao invés de o tentar diabolizar, de envolver os homens numa participação activa neste contexto e também de apelar ao respeito pelo ambiente e à adoção de comportamentos mais sustentáveis.